terça-feira, 21 de junho de 2016

MEU GROSSPAI WILLI

Depois de 1915 e já com 9 filhos, a família de Ernesto Capozza mudou para a cidade de São Paulo, onde nasceram outras tantas crianças. 

Dez anos depois (14.fev.1925) minha avó Luiza, uma das filhas de Ernesto,  casaria com o alemão Willi Jablinski.

Na página do Facebook da Embaixada da Alemanha - Brasília, no projeto Nós contamos a sua História, foi publicado um texto de minha autoria, sobre o meu avô Willi  (veja aqui), que segue abaixo, com correções:

"Sim, minha família é de origem alemã. Alemães de várias épocas e de vários lugares, alemães com histórias e vidas muito diferentes.  
Os mais antigos no Brasil foram Wilhelm Behringer e Raimund Jacobi, chegados em 1852 para trabalhar em fazendas de café no vale do Paraíba fluminense. Depois chegaram outros. Colonos em Dona Francisca (Carl Gerber chegado em 1859 e Christian Bunde em 1869) e em Blumenau (Hermann Rühee chegado em 1864). Por fim, o último, que chegou em 1920 no Rio de Janeiro, meu avô paterno, que me deu o nome e o lugar de nascimento. Tudo bem, eu confesso ... sou descendente de outros tantos italianos e franceses.
Meu avô Willi Jablinski era nascido em 1895 na cidade de Thorn na Prússia Oriental, atualmente Tórun na Polônia. De Thorn a família mudou para Berlim nos últimos anos do séc. XIX. (Quando Willi tinha no máximo 5 anos).
Ele participou da I Guerra Mundial, de março de 1915 a abril de 1918, no 88º Regimento de Infantaria de Mainz. Deu baixa poucos meses antes do final da guerra, ferido por um estilhaço de granada que o cegou num dos olhos."
A partir de informações da sua Caderneta Militar, Willi participou da guerra lutando em Riga e depois Romênia, em Sibiu, Persani, Brasov, Bran e Pitesti. Sobre a Romênia na IGG leia aquiaqui e aqui.

Dia a dia na I GG, aqui.

Nomes em língua alemã para cidades na Transilvânia, Romênia, veja aqui.


"A guerra terminou em dezembro de 1918 e no dia 05 de maio de 1920 ele embarcava em Amsterdam no navio Gelria com destino ao Rio de Janeiro, dia 25 chegava ao seu destino. Trouxe na bagagem, entre outras coisas, o livro Verdun, o Album von Berlin e duas gravuras de Schubert e Beethoven, recordações da sua Berlim que sem saber, nunca mais veria."

A foto abaixo é daqui. Para saber mais sobre o vapor, leia aqui e aqui
"Todo o resto da família de Willi, irmãos e pais, ficou em Berlim, ele imigrou só, completamente só. Veio contratado pela Heydenreich Gebrüder para trabalhar na "Casa Allemã", loja que vendia tecidos, móveis, artigos de decoração, etc., localizada na rua da Carioca no centro do Rio de Janeiro. A empresa também possuia sedes em São Paulo, Santos, Campinas.   
 Por um período meu avô trabalhou na sede de São Paulo, onde conheceu minha avó Luiza, filha de imigrantes italianos. Casou, retornou para o Rio de Janeiro, fez família e no Brasil ficou."  
                  
 Oficina da "Casa Allemã" na rua Quirino de Andrade, em São Paulo. Na época a loja da "Casa Allemã" era na rua Direita. Como meu avô era marceneiro, acredito que trabalhava na oficina. Para saber mais sobre a Casa Allemã, leia aqui e aqui

Atualmente, onde era a  oficina da "Casa Allemã" está o edifício Brasilar, próximo ao Largo da Memória, no centro de São Paulo.




"No Rio de Janeiro, ele tinha sua própria marcenaria, uma pequena fábrica de móveis que sustentou a família por muito tempo, mesmo depois de sua morte. Inicialmente no Botafogo, depois em Copacabana, onde a família morava."

"Em 1943, no auge da II Guerra, meu avô faleceu vítima de um AVC, aos 48 anos de idade, meu pai tinha 15 anos."

"Eu pouco soube sobre a participação dele na I Guerra e menos ainda sobre a vida de seus familiares na Berlim da II Guerra. Só recentemente, com a transcrição e tradução de algumas cartas, antigos tesouros escondidos escritos em sütterlin, conheci um pouco mais sobre a vida, pensamentos e preocupações dessa família berlinense que, além de tudo, também foi dividida pelo muro. 
Meu avô deixou um casal de filhos, uma família que pouco a pouco cresce e se espalha: Rio de Janeiro, Ubatuba, São Paulo, Curitiba e Lima no Perú. Uma família que infelizmente não conheceu e para quem, certamente, contaria histórias emocionantes."

Grosspai: coisa da familia Mann, ver em Terra Mátria: a família de Thomas Mann e o Brasil, de Frido Mann e outros.









Nenhum comentário:

Postar um comentário